Assim começava o rock de Little
Richard, lançado em 1955. E acabaria sendo inspiração para o nome de uma
banda que marcaria definitivamente o rock tupiniquim dos anos 70.
Acompanhando Rita Lee desde 1973, o grupo tornou-se uma lenda, junto com Mutantes, Terço, Novos Baianos, Made in Brazil, Bolha, Bixo da Seda, entre
outros.
Suas origens remontam ao
lendário bairro da Pompéia, em São Paulo, no início da década de 70. Três
jovens de origem italiana resolvem formar o grupo Coqueiro Verde, tocando
rock básico.
COQUEIRO VERDE – 1971-1972
Luis Sérgio Carlini
(Guitarras e vocais)
Lee Marcucci (baixo)
Emilson Colantonio
(bateria)
No ano
seguinte, após alguns shows nas pequenas casas noturnas que abriam suas
portas para bandas novas, o grupo passaria por uma mudança. Por causa das
“substâncias da época’, das “viagens” e “pirações”, o nome mudaria
sugestivamente para Lisergia. Continuaram batalhando muito, ensaiando e
tocando.
LISERGIA – 1972-1973
Luis Sérgio
Carlini (Guitarras e vocais)
Lee Marcucci (baixo)
Emilson Colantonio
(bateria)
De tanto
fazerem shows pelos recantos de São Paulo, num daqueles “passes de
mágica”, foram vistos por Rita Lee. Em outubro de 1972, ela havia deixado
os Mutantes, levando seu mini-moog, flauta e violão. Junto com a amiga Lucia Turnbull, pensava em montar uma banda feminina. Mas logo desistiria
da idéia. As duas formaram a dupla acústica Cilibrinas do Éden. E sua
estréia foi em maio de 1973, no festival Phono 73, tocando antes dos Mutantes. Foi fiasco total. A platéia queria ‘viajar’ ao som pesado e
potente dos Mutantes. Rita recusou-se a tocar sucessos do grupo. Com isso,
os violões delicados da dupla foram uma grande decepção. Mesmo a
apresentação da novíssima ‘Mamãe Natureza’, futuro hit, apenas provocou
silêncio de muitos e vaias de outros.
Esta decepção, junto com o
desejo de seguir, mudou o rumo da dupla. Agora elas precisavam de um
“grupo de rock” para “agitar a galera”. O Lisergia caiu como uma
luva. Mas o nome não agradava Rita. Começaram a buscar um novo nome e as
sugestões que vinham eram do tipo Baby Doll, Erva Doce, Finesse, entre
outras do gênero. Rita e sua agora empresária, Mônica Lisboa, começaram a
bolar um grande show, para lançá-la como roqueira e fazer frente à
parafernália dos Mutantes. Projeção de slides, super-8, luzes coloridas,
tudo seria usado na montagem do espetáculo. O show ficaria em cartaz no
Teatro Ruth Escobar, em São Paulo, de 15 de Agosto até 16 de Setembro de
1973. O nome do espetáculo era ‘Rita Lee – Tutti Frutti’. Nada mais lógico
que o grupo se chamasse Tutti-Frutti.
Ao que parece, Carlini registrou o nome
da banda nesta época. Ele já era destaque por sua performance na guitarra.
TUTTI-FRUTTI – 1973-1974
Luis Sérgio Carlini (guitarras/violões)
Lee Marcucci (baixo)
Lúcia
Turnbull (guitarras/violões e vocais)
Emilson Colantonio (bateria)
Rita já tinha algumas
músicas prontas e, junto com Lucia e Carlini, compôs outras tantas. Assim,
o Tutti Frutti tinha um repertório próprio para tocar em seus shows: ‘Você
Ainda Duvida’, ‘Paixão da Minha Existência Atribulada’, ‘Mamãe Natureza’,
‘Por Tudo Isso e Mais Um Pouco’, ‘Cilibrinas do Éden’, ‘Nessas Alturas dos
Acontecimentos’ e ‘Bad Trip’. O contrato com a Philips ainda estava
vigorando e a idéia inicial era lançar um disco ao vivo, gravado na bem
sucedida temporada no Ruth Escobar. A gravadora vetou a idéia.
Entraram no estúdio no
início de 1974 e começaram a gravar o que seria o primeiro disco do Tutti-Frutti. Registraram ‘Mamãe Natureza’, ‘Minha Fama de Mau’, ‘E Você
Ainda Duvida?/Tutti Frutti’ e ‘Nestas Alturas dos Acontecimentos’. A
gravadora não ficou satisfeita nem com o material nem com a performance do
baterista. Por isso, foram convocados Paulinho e Mamão para novas bases de
bateria.
Durante as novas seções de
gravação, Rita e Lucia gravaram ‘Menino Bonito’ com duas vozes e violões,
bem ao estilo das Cilibrinas. Sem o seu conhecimento, o produtor Mazola
deixou apenas a voz de Rita e colocou piano, cordas, baixo, bateria,
criando assim a ‘The Long and Winding Road’ tupiniquim. Para Rita aquilo
era um presságio. Para Lúcia, o fim.
Enquanto o grupo saía em
turnê, em junho, era lançado o LP ‘Atrás do Porto Tem Uma Cidade’. O disco
foi escorraçado pela crítica. Mas a guitarra de Carlini, elogiada, com
solos inspirados, bastante melódicos. Assim que acaba a turnê, o grupo
registra mais algumas novas composições nos estúdios da Philips: ‘Gente
Fina É Outra Coisa’ e ‘Bandido Corazón’. Em meados de agosto, a gravadora
cogitou lançar um compacto com ‘Mamãe Natureza’ e ‘Gente Fina...’, mas a
idéia foi abortada. Rita começa a ficar preocupada.
Logo em janeiro
de 1975, o grupo apresentou-se no festival Hollywood Rock, que aconteceu
no Rio de Janeiro. Foi uma das últimas apresentações de Lúcia com o grupo.
A Philips, via selo Polydor, lançou logo em seguida um disco supostamente
ao vivo do evento. Na verdade ela usou as gravações do início do ano, que
haviam sido recusadas, adicionando palmas e barulhos de platéia. Em Março
surge a idéia de lançar um compacto com ‘Gente Fina...’ e ‘Bandido
Corazón’. Novamente a gravadora desiste.
Totalmente irritada com
esta falta de atenção da gravadora com o grupo e suas músicas já gravadas, Rita tem uma discussão com André Midani, o diretor da gravadora e, segundo
boatos, seu ‘affair’ naqueles dias. Acaba ouvindo que só há lugar para uma
estrela na gravadora, e que esta seria João Ricardo, recém-saído dos Secos
e Molhados. Não resta outra saída senão a rescisão do contrato. Lúcia
Turnbull já não faz parte da banda.
TUTTI-FRUTTI – 1975
Luis Sérgio
Carlini (Guitarras e vocais)
Lee Marcucci (baixo)
Emilson Colantonio
(bateria)
Rita não
fica muito tempo sem gravadora: fecha um excelente acordo com a Som Livre,
que buscava artistas para competir com a poderosa Philips. Ela conseguiu o
que mais queria: liberdade criativa total.
A banda
passou por reformulações, arregimentando músicos experientes para atuarem
ao lado da dupla imbatível Carlini-Marcucci na nova turnê e nas gravações
que começariam em maio.
TUTTI-FRUTTI – 1975
Luis Sérgio Carlini
(Guitarras e vocais)
Lee Marcucci (baixo)
Franklin Paolilo
(bateria)
Paulo Maurício (teclados)
Rubens Nardo
(vocais)
Gilberto Nardo (vocais)
Em junho sai o disco
‘Fruto Proibido’, um clássico do rock nacional. A guitarra de Carlini está
irretocável, com solos memoráveis. Quando do lançamento em CD deste disco,
conseguiram destruir a participação de Carlini em sua própria composição,
‘Agora Só Falta Você’, onde é preciso muito boa vontade para conseguir
ouvir seu solo. Em vinil, a bateria foi mixada bem alta, fato raro em
gravações da época. Dois destaques do disco: a participação super especial
de Manito (ex-The Clevers, ex-Os Incríveis, ex-Mutantes e, na época, no Som Nosso de Cada Dia), com lendários solos de sax, e a parceria Rita
Lee-Paulo Coelho, que havia brigado com Raul Seixas.
O disco é repleto de ‘hits’: ‘Ovelha
Negra’, ‘Esse Tal de Roque Enrow’, ‘Agora Só Falta Você’, ‘Fruto
Proibido’, ‘Luz Del Fuego’, entre outras. E o grupo já grava novas
músicas, que serão usadas em um futuro compacto-duplo.
TUTTI-FRUTTI – 1976
Luis Sérgio
Carlini (Guitarras e vocais)
Lee Marcucci (baixo)
Sérgio Della
Monica (bateria)
Paulo Maurício (teclados)
Rubens Nardo
(vocais)
Gilberto Nardo (vocais)
Ano novo e nova
mudança: um novo baterista. Franklin sai do Tutti-Frutti. Para seu lugar,
em março, vem mais um “italiano”, Sergio Della Monica. O grupo começa a
excursionar direto, entremeando com novas gravações. Em maio, Rita chegou
a ser internada com stress. Uma semana depois o grupo participa do
fracassado Festival de Saquarema, no Rio de Janeiro, junto com Raul
Seixas, Made in Brazil, Bixo da Seda, Flavio y Spiritu Santo e a estreante Ângela Ro-Rô.
O final do mês é dedicado às últimas
gravações. Rita continua estafada e o disco é mixado sem a sua presença,
resultando em alguns atritos. Em julho, é lançado ‘Entradas e Bandeiras’,
recebido meio friamente tanto pelo público como pela crítica, e sem
músicas de sucesso como o anterior. Por causa da má mixagem, o som fica
meio ‘pasteurizado’, incluindo as guitarras e violões de Carlini. Em
agosto, grávida de Roberto de Carvalho, tecladista-guitarrista de Ney
Matogrosso, Rita é presa por porte de maconha. Passa 15 dias na
prisão.
No mês seguinte ela já está com o Tutti-Frutti gravando novas músicas. Mas não pode ainda excursionar, por
determinação da Justiça. Perto do fim do ano, ocorrem novas mudanças no
grupo.
TUTTI-FRUTTI – 1976
Luis Sérgio Carlini (Guitarras e
vocais)
Lee Marcucci (baixo)
Sérgio Della Monica (bateria)
Marcos
Posato (teclados)
O ano de 77 reservou muitas mudanças na
trajetória do Tutti Frutti, até então um grupo considerado de primeira
linha, mas com vendagens de modestas a boas. Em março, eles lançam um
compacto com ‘Arrombou A Festa’, composição que Rita fez na prisão e que
“detona” com a MPB. Foi um sucesso fulminante de vendas. Ao mesmo tempo
sai o LP com a trilha sonora da novela Loco-Motivas, onde Rita mudou a
letra e o título da antiga ‘Gente Fina É Outra Coisa’, rebatizada para ‘Loco-Motivas’. Seria uma ‘vingança’ contra a Philips?
Para coroar o ano, em outubro e
novembro, Rita e Tutti Frutti fazem um show junto com Gilberto Gil e sua
Refavela (Lucia Turnbull faz parte da banda de Gil). O grupo está
novamente mudado, com a inclusão de um vocalista de apoio e uma
percussionista, além da entrada daquele que irá mudar a carreira de Rita,
seu marido Roberto de Carvalho.
TUTTI-FRUTTI – 1977-78
Luis Sérgio
Carlini (Guitarras e violões)
Lee Marcucci (baixo)
Roberto Carvalho
(teclados e guitarra)
Sérgio Della Monica (bateria)
Willy de
Oliveria (vocais)
Naila Skorpio (percussão)
As duas bandas dividiam o palco,
desfiando sucesso atrás de sucesso. Foi um ‘sucesso’ de público e crítica,
gerando o lançamento de um LP ao vivo do espetáculo, já em Novembro.
Chega 1978 e o sucesso não pára. O LP
‘Babilônia’ é um estouro de vendas. Já com Roberto de Carvalho assinando
muitos dos arranjos, lá estão ‘hits’ como ‘Babilônia’, ‘Miss Brasil 2000’
e mais uma de Carlini, ‘Que Loucura’, que novamente dá um show no disco.
Provavelmente descontente com a posição secundária dentro do grupo que
havia fundado, com perspectivas de virar ‘músico de apoio’, Carlini avisa
que vai sair. E mais, que levará o nome do grupo com ele, mas não as
pessoas! Isto confirmava que ele havia registrado o nome em 1973!
Ele vinha conversando muito com seu
amigo Simbas, vocalista do Casa das Máquinas, que estava desfeito por
causa do infeliz incidente entre membros do grupo e funcionários da TV
Tupi após a gravação de um clipe.
A imprensa noticiou que a saída de Carlini foi sem brigas. Mas, no final do ano, Rita deixa claro que não foi
bem assim, não assimilando a perda do nome da banda para o
guitarrista.
TUTTI-FRUTTI – 1978
Luis Sérgio Carlini
(guitarras e violões)
Simbas (vocais)
Walter Bailot (guitarra)
Renato Fugueiredo (baixo)
Juba
Gurgel (bateria)
Já em janeiro de
1979, o grupo assina com a gravadora Capitol, que estava desembarcando no
Brasil, cheia de idéias. O grupo foi seu primeiro investimento. Anunciam
que vão lançar um compacto e, em seguida, um LP com o Tutti Frutti. Só que antes de gravarem o disconho, Walter Bailot saiu do grupo.
TUTTI-FRUTTI – 1979
Luis Sérgio Carlini
(guitarras e violões)
Simbas (vocais)
Renato Figueiredo
(baixo)
Juba Gurgel (bateria)
Em fevereiro, é
lançado o compacto ‘Você / Oh! Suzete’, com anúncios nas principais revistas
de música da época. Foi recebido friamente pela crítica por causa das
letras e a escolha de uma música lenta para puxar o disco. Para o LP a
banda já tem bastante material pronto: ‘Dançar é o Melhor Remédio’, ‘Ilusão e Brisa’, ‘Não Diga Nada’, ‘Peso de Ouro’, ‘Chega Mais Menina’.
Com as duas do compacto e ‘Que Loucura’, que é de autoria apenas de Carlini, o grupo e a gravadora aguardavam apenas a liberação de uma letra
pelo Departamento de Censura Federal. A música ‘Tango do Bacamarte’ tinha
letra explicitamente sexual e não estava sendo liberada
Em 1980, a banda seguia com os shows em
pequenos teatros e circos musicais, como o montado na PUC-RJ. A demora no
lançamento do LP causou duas baixas na banda: saem o baterista e... a
gravadora.
TUTTI-FRUTTI – 1980
Luis Sérgio Carlini
(guitarras e violões)
Simbas (vocais)
Renato Figueiredo
(baixo)
Ronaldo (guitarra-base)
Marinho Thomaz (bateria)
Juba foi recrutado para a Blitz, no lugar de seu fundador, Lobão. Para a vaga entrou outro membro do
extinto Casa da Máquinas, Marinho Thomaz, irmão de Netinho, o lendário
baterista dos Clevers, Incríveis e fundador do Casa das Máquinas. Netinho agora estava no Joelho de Porco, junto com Pisca e Marinho, outros membros
do Casa.
A Capitol cansou de esperar que o grupo
desistisse de usar a música ainda vetada e colocar material novo que a
suprisse. Criou-se um impasse que acabou por encerrar uma parceria que
havia começado muito bem.
As críticas à banda e seu
show eram divididas: não se discutia o valor individual dos músicos, todos
muito competentes. Criticava-se o amadorismo de certas letras, que
destoavam dos ‘hits’ do rock tupiniquim que a banda cantava em forma de
‘pout-pourri’.
No meio do ano, o Tutti-Frutti assina
com a RCA e começa a regravar as músicas que haviam ficado na fita da
Capitol. Eles também trabalham no disco de uma grande amiga, a cantora Tibet, gravando todas as bases e assinando duas músicas.
Com novas músicas e ânimo renovado, sai finalmente o
LP, ‘Dançar é o Melhor Remédio’. Mas o tempo foi implacável com a banda.
Foi um longo período entre o desligamento de Rita e o lançamento do disco.
Era uma banda “desconhecida do grande público” lançando seu disco de
estréia. As vendas não foram as esperadas.
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Em 1981, o grupo segue fazendo shows e
apresentações em televisão. A presença de Carlini garante casa cheia para
curtir os seus solos. O grupo havia deixado cinco músicas gravadas no
acervo da RCA, que seriam lançadas em um mini-LP, muito em moda naqueles
dias. Chegaram a aparecer em programas musicais cantando ‘País Tropical’,
de Jorge Ben. Mas o disco nunca saiu. As músicas seriam usadas como bônus
quando do lançamento em CD do LP. Logo a banda diminuiria os shows e
encerraria sua atividade.
Fica a certeza de que o Tutti
Frutti foi uma das mais influentes bandas dos anos 1970, e que continuou
fazendo escola mesmo sem acompanhar Rita Lee. Talvez se o LP não tivesse
demorado tanto a sair, se a Capitol tivesse feito a divulgação, as vendas
teriam sido maiores e a história da banda poderia ter sido outra. Mas Luis
Sérgio Carlini escreveu seu nome na galeria dos grandes instrumentistas
brasileiros, e sua banda será lembrada por muitas gerações.
Carlini ensaiou recentemente uma volta do Tutti Frutti, com Franklin Paolilo e novos membros, destacando-se o baixista Ruffino Lomba, apenas para shows. Vale pela presença
deste guitar-hero e do virtuoso
baterista.
:: ATUALIZAÇÃO DO ARTIGO ORIGINAL ::
A importância de Carlini fica evidente ao constatarmos sua atividade musical após o Tutti Frutti: gravou e excursionou com Guilherme Arantes, Erasmo Carlos, gravou com Rita Lee, produziu discos de Tibeth e Supla, gravou trilha de musicais, participou de dois especiais de fim de ano de Roberto Carlos, tocou em duas edições do extinto festival Hollywood Rock, gravou e excursionou com Marcelo Nova e o Camisa de Vênus, gravou com Golpe de Estado, Nasi e os Irmãos do Blues, Made in Brasil e Paula Toller.
Fora isso, até 1999, excursionou com Titãs,
Midnight Blues Band,
Barão Vermelho,
Paralamas do Sucesso,
Kid Abelha,
Carlinhos Brown,
André Christovam,
Eric Burdon,
Armandinho e Sergio Dias.
Reformou o Tutti Frutti com Ruffino Lomba Neto no baixo, Franklin Paolilo na bateria, Roy Carlini na guitarra, Johnny Boy nos teclados e Sol Ribeiro nos vocais. Por quase uma década voltou aos palcos com sua banda, levando sua música, sua arte e sua alegria. Em Maio de 2013 o baixista Ruffino, conhecido como Mr Ruffino, faleceu.
Discografia
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